Após dois dias de julgamento, os acusados Gabriel Rondon da Silva, Tiago Rodrigues de Souza, Leonardo Caio dos Santos Costa e Elionai Oliveira Emiliano, juntos, foram condenados a mais de 53 anos de pena pelos crimes de cárcere privado, homicídio, destruição de cadáver e organização criminosa, por matar John Hudson dos Santos Marques, de 27 anos. O julgamento iniciou às 8h desta última quarta-feira (12/2) e encerrou por volta das 22h desta quinta-feira (13/2). O júri foi presidido pelo Juiz de Direito Aluizio Pereira dos Santos.

Entre os dias 13 e 14 de fevereiro de 2018, em um barraco no bairro Mário Covas, Gabriel, Tiago, Leonardo, Elionai e Maycon Ferreira dos Santos privaram da liberdade, mediante sequestro e cárcere privado, John Hudson dos Santos Marques. Além disso, após o cárcere privado, Gabriel e Tiago efetuaram disparos de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Leonardo, Elionai e Maycon cometeram o crime de homicídio na medida em que auxiliaram a transportar a vítima até a estrada vicinal onde seria executada. 

Além do homicídio, Gabriel, Tiago, Leonardo, Elionai e Maycon praticaram os delitos de cárcere privado, destruição de cadáver e de organização criminosa.

Durante o interrogatório do acusado Maycon, surgiu conflito de defesa em relação ao denunciado Gabriel, que também é representado pelo mesmo Defensor Público, por isso separou-se o julgamento de Maycon, o qual será efetuado em breve.

A acusação foi feita pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, representado pelo Promotor de Justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, titular da 20ª Promotoria de Justiça de Campo Grande. A defesa foi feita pelo Defensor Público Rodrigo Antonio Stochiero Silva.

Por maioria de votos, o Conselho de Sentença condenou:

- Gabriel à pena de 13 anos e 6 meses de reclusão, pelo crime de homicídio; 1 ano e 6 meses de reclusão, mais 15 dias-multa, pelo crime de destruição de cadáver; e 3 anos e 6 meses de reclusão, e 17 dias-multa, pelo crime de organização criminosa, totalizando 18 anos e 6 meses, mais 32 dias-multa;

- Leonardo à pena de 13 anos de reclusão, pelo crime de homicídio; 2 anos e 3 meses de reclusão, mais 25 dias-multa, pelo crime de destruição de cadáver; e 4 anos, 5 meses e 20 dias de reclusão, além de 29 dias-multa, pelo crime de organização criminosa, totalizando 19 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão e 54 dias-multa;

- Tiago à pena de 2 anos e 3 meses de reclusão e 25 dias-multa, pelo crime de destruição de cadáver; à pena de 4 anos, 5 meses e 20 dias de reclusão, e 29 dias-multa, pela organização criminosa, totalizando 6 anos e 8 meses e 20 dias de reclusão, mais 54 dias-multa;

- Elionai à pena de 2 anos e 3 meses de reclusão e 25 dias-multa, pelo crime de destruição de cadáver; à pena de 6 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão, e 54 dias-multa, pelo crime de organização criminosa, totalizando 8 anos, 11 meses e 20 dias de reclusão, mais 79 dias-multa.

No processo, há sete acusados pela morte da mesma vítima; dois deles foram submetidos a julgamento em setembro/2019: Wellignton Felipe dos Santos Silva foi condenado à pena de 17 anos, 10 meses e 4 dias de reclusão, mais 14 dias-multa, e Mackson Ferreira dos Santos foi absolvido.

Texto: Elizete Alves/Jornalista – Assecom/MPMS

Foto: Midiamax