O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, o Ministério Público Federal e a Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul (BIOSUL) se reuniram na segunda-feira (09/02), no prédio da Procuradoria-Geral de Justiça, no Parque dos Poderes, quando traçaram estratégias para o combate à infestação da mosca Stomoxys calcitrans, comumente conhecida como mosca do estábulo ou mosca da vinhaça, uma preocupação em vários municípios do Estado, principalmente naqueles que abrigam usinas de produção de etanol.

No dia 17 de dezembro de 2014 o assunto foi discutido durante reunião realizada na sede da Procuradoria-Geral de Justiça. Na reunião desta semana, ficou definido que outras reuniões serão realizadas buscando definição técnica para solução da problemática.

Durante a reunião foi discutida uma ação conjunta sobre os impactos ambientais decorrentes do uso de subproduto da cana-de-açúcar, em especial, do uso da vinhaça no processo de fertirrigação (técnica de adubação que utiliza a água de irrigação para levar nutrientes ao solo cultivado), que consequentemente tem aumentado a proliferação da mosca do estábulo, causando surtos em determinadas regiões o que vem sendo objeto de Inquéritos Civis.

Dentre os assuntos discutidos, vale destacar a necessidade de resolver o surto da Stomoxys calcitrans, buscando soluções técnicas para prevenção de eventuais danos ambientais decorrentes do manejo da vinhaça, pois a aplicação deste produto, utilizado como adubo, deve ser usado com muita responsabilidade com o fim de evitar o impacto ambiental.

Essa mosca é, atualmente, responsável por causar prejuízos de grande impacto econômico nas cadeias produtivas da pecuária bovina e sucroalcooleira em alguns Estados do Brasil, dentre eles Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Essas moscas têm como hospedeiros a maioria dos animais e sua picada é dolorosa.

Os restos alimentares e o vinhoto, que é um subproduto da indústria canavieira, atraem e estimulam a postura de ovos, bem como podem criar-se em palhas e restos de culturas, que permanecem no campo por algum tempo, principalmente se estes materiais encontrarem-se fermentados ou umedecidos com urina e fezes de animais.

Participantes

A reunião entre o MPMS e o MPF foi presidida pela Procuradora de Justiça, Marigô Regina Bittar Bezerra, Coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso do Sul (CAOMA) e contou com a participação do Promotor de Justiça Eduardo Franco Cândia, Assesor do Núcleo Ambiental vinculado aos Centros de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, da Habitação e Urbanismo e do Patrimônio Histórico e Cultural.

Participaram ainda da Reunião, o Procurador da República, Marco Antônio Delfino de Almeida; os Promotores de Justiça Leonardo Dumont Palmerston (Ivinhema) e Estefano Rocha Rodrigues da Silva (Maracaju), os assessoras Luciene Ramos, Flávio César de Pauli e Mariucha Segatto Chadid, e os técnicos do Daex, Maria Luiza Ribeiro Marques e Daniel dos Santos.

 

Na foto, a Procuradora de Justiça, Marigô Regina Bittar Bezerra, ao centro, presidiu a reunião

Foto: Schimene Duque Weber/Estagiária MPMS