A Promotora de Justiça Bianka Karina Barros da Costa, da 22ª Promotoria de Justiça participou da solenidade de entrega de equipamentos e materiais para o “Grupo Recomeçar”, que trabalha contra a dependência química entre reeducandos na unidade prisional. 

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), recebeu a doação feita pelo Conselho da Comunidade de Campo Grande (CCCG), com um investimento de aproximadamente 27,3 mil na compra de uniformes, livros, equipamentos eletrônicos, móveis, materiais de consumo e capacitação dos coordenadores do projeto.  Os materiais foram adquiridos após projeto apresentado pela coordenação técnica do “Grupo Recomeçar” no IPCG ao CCCG.

A solenidade contou com a presença do Diretor-Presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, da Secretária Administrativa do Conselho da Comunidade de Campo Grande (CCCG/MS), Patrícia Ferreira Lima Pereira, representando o Secretário Executivo do Conselho Nereu Alves Rios; do Diretor do Instituto Penal de Campo Grande, oficial penitenciário Fúlvio Ramires da Silva e do Assessor-Chefe da Assistência Penitenciária da Agepen, Arnold Rosenacker, representando o Diretor Leonardo Arévalo Dias.

A Promotora de Justiça Bianka Karina Barros da Costa que é Membro Nato do Conselho da Comunidade fez a entrega simbólica do material ao Diretor-Presidente da Agepen, Deusdete Oliveira.

Em sua fala, a representante do Ministério Público do Estado disse que apesar do aporte financeiro pequeno ou moderado foi possível melhorar a vida das pessoas dependentes químicas graças ao trabalho em conjunto de todos os envolvidos no projeto. “Desejo que este projeto se torne a realidade de todos os presídios do Estado”, ressaltou a Promotora de Justiça.

A Assistente Social Alessandra Siqueira dos Santos, Coordenadora Técnica do “Grupo Recomeçar”, ressaltou que o projeto buscou acima de tudo trabalhar com um grupo qualitativo e não quantitativo. “Hoje atendemos 37 homens divididos em dois grupos”. Ela agradeceu a parceria do Poder Judiciário que sempre atende as necessidades do projeto e destacou a importância da doação para dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos com os reeducandos. “Os equipamentos que foram entregues irão potencializar o nosso trabalho”, reafirmou a Assistente Social.

A Coordenadora Técnica deixou uma mensagem de incentivo aos integrantes do grupo. “Todas as ações desenvolvidas em prol do grupo demonstram que somos valorosos. Enquanto vocês acreditarem, o projeto vai existir”, finalizou.

Em seu discurso, o Diretor-Presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, também destacou a importância do projeto que através dos trabalhos realizados faz com que o dependente químico reconheça suas fragilidades bem como sua superação. “O “Grupo Recomeçar” é a oportunidade de vocês recomeçarem suas vidas”, ressaltou o Diretor-Presidente.

A solenidade contou com apresentação musical dos integrantes do “Grupo Recomeçar”.

Para o detento Rafael Marques do Nascimento, 26 anos, que participa do projeto a mais de dois anos o “Grupo Recomeçar” significa tudo na sua vida. “Hoje eu tenho sonhos. Quero fazer Faculdade de Psicologia para poder ajudar os outros detentos”, acrescentou.

O projeto

Com ações pautadas no enfrentamento da dependência química, em março de 2012 deu-se inicio as atividades do projeto na época intitulado drogadictos. Atualmente, com a nomenclatura “Grupo Recomeçar”, o projeto visa proporcionar atividades sistemáticas voltadas para o reconhecimento da adicção enquanto doença incurável que requer estratégias de enfrentamento para sua superação.

O “Grupo Recomeçar” tem suas atividades desenvolvidas com base no formato de grupo de auto ajuda, não tendo portanto cunho terapêutico. 

Participam atualmente do projeto, 37 homens privados de liberdade,  subdivididos em duas turmas, sendo uma no período da manhã e outra no período da tarde. Através dos trabalhos realizados, busca-se o reconhecimento de suas fragilidades bem como sua superação. Os principais alicerces são: a espiritualidade e a retomada e/ou fortalecimento dos vínculos familiares.

Além da demanda detectada por critérios técnicos, o grupo também recebe solicitações via judicial para inserção de custodiados que tenham apresentado em algum momento relação com a drogadição.