Presos Policiais Militares acusados de torturar  adolescente em Anaurilândia                           

O GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) auxilia no cumprimento de mandados de prisão preventiva de três policiais militares em Anaurilândia, distante 372 quilômetros da capital. Os policiais são suspeitos de torturar o adolescente Bruno Gabriel Olavo da Silva de 16 anos, que veio a óbito.

De acordo com as investigações no dia 07 de janeiro de 2014, durante diligências a respeito do furto de duas motocicletas em Anaurilândia, os policiais abordaram o adolescente Bruno Gabriel Olavo da Silva. Este, ao notar a chegada dos policiais em sua casa, evadiu-se, sendo perseguido por eles, que efetuaram disparos de arma de fogo.

Na ocasião, os policiais militares Daniel Caldeira de Oliveira, Daniel Paes da Fonseca e Lindolfo Lemes Fernandes Júnior que se encontrava de folga e à paisana (sem farda) alcançaram o adolescente depois de alguns metros (cerca de 200) e passaram a agredi-lo, com o objetivo de obter dele a sua confissão ou informações sobre o crime investigado. A violência física foi tamanha que a vítima não conseguiu caminhar até a viatura, para onde foi carregado pelos policiais militares e encaminhado, sem que existisse mandado de apreensão ou situação de flagrância, para a Delegacia de Polícia. Nesta, os policiais militares deixaram o adolescente em uma cela, passando mal, e foram ao encalço de outros suspeitos dos furtos. A vítima, porém, teve que ser socorrida pelo investigador de polícia Antonio Luiz dos Santos, que estava de plantão. Os policiais militares ora requeridos retornaram à unidade policial, de onde levaram o adolescente ao hospital Sagrado Coração de Jesus. Ele, porém, não resistiu aos ferimentos e faleceu no mesmo dia.

 A certidão de óbito existente no inquérito policial atesta como causa da morte do adolescente “Hemorragia Interna Aguda – Choque hipovolêmico – Trauma Abdominal Fechado Ação Contundente”.

Em razão da gravidade dos fatos, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, através do Promotor de Justiça Magno Oliveira João, representou pela prisão preventiva dos policiais militares, a qual foi decretada pelo Juiz de direito da vara única da comarca de Anaurilândia. Eles foram encaminhados na data de hoje para o Presídio Militar de Campo Grande.