Trabalho integrado seria solução para violência entre os jovens
O principal motivo do aumento da criminalidade entre adolescentes em Dourados é a desestrutura familiar, a má influência que recebem de jovens e adultos e o falso sentimento de impunidade, explica o Promotor de Justiça da Infância e da Juventude da comarca de Dourados, Renzo Siufi, para quem a ação integrada das Instituições ligadas diretamente à área de segurança pública seria a solução para reduzir os índices elevados de violência.
Segundo o Promotor de Justiça, o maior problema do aumento de atos infracionais praticados por adolescentes é a sensação de impunidade que sabem ter perante a legislação, nos casos de crimes violentos, como homicídios, as penas atribuídas a esses adolescentes infratores são de até três anos, é o tempo limite permitido no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
Ainda sobre o aumento da criminalidade, Renzo Siufi afirmou que os adolescentes infratores passaram de pequenos delitos, como furtos, ameaças e até brigas, a crimes com requinte de crueldade, como o caso dos adolescentes que atiraram em um grupo de jovens e depois ordenaram que se deitassem para serem executados.
Conforme dados policiais, de janeiro até 17 de abril, em Dourados, haviam sido registradas 28 mortes causadas por disparo de arma de fogo, armas brancas ou objetos pesados, sendo que pelo menos em 10 dos crimes teve participação de adolescentes, ou na execução dos crimes, ou em sua premeditação.
Com o amento da criminalidade, aumenta também o número de adolescentes infratores internados na Unidade Educacional de Internação – UNEI, até o dia 17 de abril haviam 63 internos na unidade masculina, sendo que a mesma tem espaço adequado para apenas 24 e na unidade feminina que tem espaço para 18 adolescentes infratoras tem 10 internas.
“Um trabalho integrado da polícia, Ministério Público Estadual e Juizado da Infância e Adolescência”, foi a solução apontada pelo Promotor de Justiça para a violência entre os adolescentes. Ainda segundo Renzo Siufi, apesar da falta de estrutura da Delegacia de Menores, o órgão tem colaborado na identificação e apreensão dos autores de atos infracionais e o Judiciário tem sido firme na aplicação das penas, atendendo às recomendações da Promotoria de Justiça, “o que garante as punições de quem pratica atos de violência”.